Especialização é essencial para alavancar a carreira no Direito

Segundo o IBGE, profissionais com pós-graduação podem triplicar os ganhos.

O Brasil lidera o ranking mundial dos países com a maior proporção de advogados por habitante: um profissional para 164 brasileiros, conforme a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Quem deseja atuar na área enfrenta uma grande concorrência e precisa encontrar maneiras de se destacar. Entre elas, está a possibilidade de fazer uma especialização. 

Segundo a OAB, o crescimento da oferta de cursos de Direito é uma das explicações para realidade do mercado. Entre 1995 e 2023, o aumento da oferta foi de 706%. São mais de 700 mil alunos matriculados em cerca de 1.800 graduações no país. O profissional que realiza uma especialização adquire um diferencial competitivo.

A pós-graduação é um ponto positivo não só para quem deseja advogar. O graduado que tem a pretensão de conquistar um cargo público, visando estabilidade e salários elevados, também pode se beneficiar na pontuação por títulos, um dos critérios utilizados em caso de empate nos concursos.

O aperfeiçoamento e o aprofundamento do estudo também contribuem para atuar com maior segurança e obter melhor desempenho na carreira. Com a especialização, é possível profissionalizar o escritório em uma das áreas do Direito e se tornar referência do mercado, fatores que aumentam a credibilidade junto aos colaboradores e clientes. Para quem trabalha para empresas, a pós-graduação pode elevar a remuneração e propiciar a promoção para cargos mais altos, como sênior ou máster. 

Levantamento do Instituto Brasileiro Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2022, constatou que os profissionais com pós-graduação podem aumentar os ganhos, entre 150% e 255%, em comparação com a média de quem tem somente a graduação.

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Escolha da área de atuação

São muitas as possibilidades de carreira na área de Direito. Entre elas estão: juiz, delegado, advogado, promotor de justiça e defensor público. Fazer um teste de carreira profissional pode auxiliar na escolha da área de atuação, a partir da análise das habilidades requeridas para cada função.

Acompanhar as tendências de demandas por especialidades também ajuda a escolher um nicho, visto que algumas áreas podem estar mais saturadas do que outras e, por isso, apresentarem menos oportunidades de emprego. 

Também é aconselhável estar atento às mudanças de comportamento e aos avanços tecnológicos, que geram transformações no mercado, exigindo conhecimentos específicos e oferecendo novas possibilidades de campos de atuação. Um exemplo disso são as demandas decorrentes do uso massivo da internet. O combate aos crimes no ambiente digital - como fraudes, roubo de dados, apologia, invasão por hackers e cyberbullying - abre espaço para profissionais especializados nessa área.

Especializações com alta demanda

Realizado pela Fundação Getúlio Vargas e encomendado pelo Conselho Federal da OAB, a primeira edição do “Estudo Demográfico do Perfil da Advocacia no Brasil” revelou as principais tendências da profissão. 

O resultado das entrevistas com 20.885 advogados apontou o Direito Civil como a área que concentra o maior número de profissionais: 26%. Em seguida aparecem Família e Sucessões (14%), Direito Trabalhista (12%) e Direito Previdenciário (11%).

O advogado que deseja fugir da concorrência pode pensar em especializações menos concorridas, mas que também vêm ganhando destaque no mercado, como é o caso do Direito Ambiental. Com a proposta de reduzir o impacto no meio ambiente, muitas empresas optam por modelos de negócio mais sustentáveis e precisam atender demandas de licenciamento e regulamentação para não cometerem infrações ambientais.

Para seguir boas práticas de produção e de mercado, as organizações recorrem à outra especialidade: o advogado especialista em compliance. O profissional atua implementando padrões de conduta nos processos corporativos, cuidando para que as empresas sigam as leis exigidas e reduzam riscos frente aos órgãos reguladores.

Outras áreas também têm despertado o interesse de advogados e escritórios, como o Direito Agrário, o Direito Cível e o Direito do Consumidor. De acordo com os dados elaborados pela Análise Advocacia, somadas, essas especializações representam 30% das 1.058 bancas de advocacia analisadas. Somente o setor agrário registrou o aumento de 20% no número de escritórios e de 35% de profissionais.

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