10 sinais de ansiedade infantil que você precisa conhecer

Quando ouvimos dizer que o Brasil é o país mais ansioso do mundo, imaginamos que apenas os adultos sejam considerados nas estatísticas. Porém, cada vez mais crianças brasileiras também vêm sofrendo desse mal. Você que convive com alguma criança, conhece os sinais de ansiedade infantil?

Quem já sentiu aquela sensação desagradável e aparentemente sem motivo de medo, tensão ou desconforto em determinadas situações, sabe bem o que é a ansiedade. 

Agora, imagine como deve ser difícil, para crianças e adolescentes, lidar com tamanho sofrimento mental e emocional.

Portanto, se desconfia ter um pequeno ansioso em casa, fique com a gente e acompanhe este artigo até o final.

Aqui, você vai descobrir quais são os tipos de ansiedade, 10 sinais que indicam que seu filho precisa de ajuda e como acalmar a criança ansiosa.

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Quais são os tipos de ansiedade?

Segundo estudo publicado no Jornal de Pediatria, cerca de 10% das crianças e adolescentes sofrem de algum transtorno ansioso. Conheça quais são os principais tipos de ansiedade. 

Transtorno de ansiedade de separação

Este transtorno é caracterizado por uma ansiedade excessiva em relação à separação das figuras de apego — normalmente os pais ou um dos responsáveis. A criança passa a se recusar a dormir sozinha em seu quarto, ir à escola e até ficar em qualquer ambiente sem a presença do cuidador.

Em bebês e crianças pequenas, essas mesmas situações acontecem durante certa fase do desenvolvimento — a da angústia da separação — e, nesses casos, não indicam um transtorno de ansiedade. Até porque, conforme a criança cresce, os episódios diminuem.

Transtorno de ansiedade social

Para algumas crianças, as interações sociais podem ser o maior desafio. Estar na presença de pessoas desconhecidas e figuras de autoridade — como professores, por exemplo — pode ser motivo de grande tensão e apreensão.

Normalmente, crianças com ansiedade social sentem desconforto ou medo muito intenso de exposição e de ser julgadas em situações onde precisam estar em grupo ou com pessoas que não são do seu convívio habitual. 

Assim, passam a evitar atividades de interação — festas ou um simples almoço fora de casa — e até falar em público, restringindo significativamente sua vida social e escolar.

Fobias específicas

Pense em uma criança que se depara com uma aranha e reage como se tivesse visto o seu pior pesadelo na sala de estar: ela pode gritar, sair correndo, chorar, ficar paralisada e até desmaiar. Essas reações de medo intenso e irracional provocadas por um objeto ou situação é o que leva o nome de fobia.

Uma característica marcante desse tipo de ansiedade é a desproporcionalidade entre o perigo que o objeto realmente oferece e a intensidade do medo que a criança sente.

Muitas vezes, o medo é tão forte que a criança passa a evitar diversas situações no seu dia a dia apenas para não enfrentar a possibilidade de lidar com o objeto de sua fobia.

Algumas das fobias específicas mais comuns são medo de aranha, altura, escuro e injeções.

Transtorno de ansiedade generalizada (TAG)

Imagine uma criança que parece ter uma máquina de preocupações interna que nunca desliga. Ela está constantemente preocupada, seja com a escola, amigos ou até com a segurança dos pais. 

O TAG faz com que o pequeno sinta uma tensão praticamente constante, acompanhada de preocupações que parecem não ter fim. Ela pode questionar tudo repetidamente e parece nunca estar verdadeiramente tranquila e relaxada, mesmo nas situações de lazer.

Síndrome do pânico

Este transtorno pode ser comparado a um alarme falso que soa no corpo da criança sem qualquer perigo real. 

A síndrome do pânico envolve ataques de pânico súbitos, com sintomas físicos intensos como palpitações, suor frio e uma sensação avassaladora de terror. 

Esses episódios podem surgir sem aviso, deixando a criança e os pais confusos e assustados com a intensidade das reações.

Como saber se meu filho é ansioso? 10 sinais de ansiedade infantil

Por tudo o que você já leu até aqui, já deve ter conseguido identificar alguns sinais de ansiedade infantil, certo? Só para reforçar — e não deixar nenhum de fora da nossa lista —, confira, a seguir, quando buscar um psicólogo para a criança.

1. Preocupações excessivas

Imagine uma criança que carrega uma mochila muito mais pesada do que deveria, cheia de "e se?" e preocupações sobre quase tudo — desde o que vai acontecer na escola amanhã até a saúde dos pais. 

Essas preocupações podem ser tão intensas que dificultam a concentração em tarefas simples e a diversão em atividades diárias.

2. Medos intensos

É como se a criança tivesse um alarme de incêndio interno que dispara com facilidade, mesmo quando não há fogo real. Medos de situações comuns, como apresentar-se em público ou interagir com colegas, podem ser indicativos de ansiedade.

3. Problemas de sono

A hora de dormir pode parecer mais uma guerra do que um momento de descanso. Crianças ansiosas podem lutar para pegar no sono ou acordar frequentemente durante a noite, como se tivessem um radar sempre ligado, alerta para qualquer perigo.

Como consequência, podem estar sempre cansadas e apáticas durante o dia, inclusive no período de escola, o que pode prejudicar tanto o processo de aprendizagem quanto a interação com os colegas.

4. Mudanças no comportamento alimentar

Muitas crianças passam a apresentar sinais de ansiedade que se refletem no seu apetite. 

Nesses casos, elas podem passar a comer pouco, normalmente relatando uma sensação de “bola no estômago” e náusea.

O aumento no consumo de alimentos também é muito associado à ansiedade. A criança come mais na tentativa de aliviar a sensação de angústia, para se manter ocupada e por outras razões, normalmente inconscientes.

Quando não tratada, a ansiedade pode desencadear distúrbios alimentares sérios, além do ganho excessivo de peso, que podem comprometer a saúde.

5. Apego excessivo

Crianças e adolescentes ansiosos também podem evitar situações em que precisam ficar sem os pais ou cuidadores. 

O medo de ficar longe da sua figura de cuidado é tanto que, quando precisam ficar sozinhas, as crianças podem apresentar sintomas físicos como dor de cabeça e de barriga, naúseas e vômitos, tremores, suor intenso e coração acelerado.

Nos casos mais extremos, esse apego excessivo chega a impedir a realização de atividades cotidianas normais, tanto das crianças quanto dos familiares.

6. Irritabilidade e mudanças de humor

Crianças ansiosas estão sempre a ponto de explodir — como pequenos vulcões. Pequenos contratempos, como um brinquedo quebrado ou uma mudança de planos, podem desencadear explosões de choro, irritação e agressividade.

7. Queixas físicas frequentes

Com a ansiedade, o corpo pode manifestar sinais como dores de cabeça e estômago, sem uma causa médica clara. Enxaquecas, vômitos, falta de ar — sintomas já conhecidos de ansiedade em adultos — também se manifestam em crianças.

É como se o corpo estivesse enviando diversos sinais diferentes para alertar sobre o estresse interno.

8. Evitação

A ansiedade pode fazer com que uma criança evite lugares, pessoas e situações que causam desconforto ou despertam medo. 

Até mesmo dentro de casa, em ambientes familiares conturbados, a criança pode se sentir responsável pelos conflitos. Assim, ela pode ficar apática ou começar mentir para fugir de situações que causam mal-estar ou que a fazem se sentir ameaçada.

9. Problemas de concentração

Para crianças ansiosas, focar em tarefas escolares ou brincadeiras pode ser um desafio. A mente está tão ocupada e distraída com preocupações que fica difícil se concentrar em outra coisa.

Imagine o impacto que esse esse sinal de ansiedade infantil pode ter no processo de aprendizagem e no desempenho escolar.

10. Comportamentos compulsivos

Algumas crianças com ansiedade desenvolvem comportamentos compulsivos, como se fossem rituais ou mecanismos para aliviar a tensão.

Sabe aquele hábito incontrolável e muitas vezes inconsciente de roer as unhas? Ou de arrancar fios de cabelo? Ou então a compulsão por lavar as mãos, checar se as portas estão fechadas ou manter os objetos arrumados sempre de uma determinada maneira?

São todos exemplos de comportamentos compulsivos, especialmente porque ficam tão intensos que começam a interferir nas atividades rotineiras.

Nós sabemos que esses sintomas são preocupantes, mas acalme seu coração: tem como tratar ansiedade de criança! Agora que você conhece os 10 principais sinais de ansiedade infantil, veja o que pode fazer para ajudar seu filho.

Como tratar ansiedade de criança?

Assim como nos adultos, o tratamento para ansiedade infantil é realizado em atendimentos psicológicos, com psicoterapia comportamental ou cognitivo-comportamental

A abordagem procura modificar a maneira como a criança percebe o ambiente e seu gatilho para a ansiedade, propondo também mudanças de comportamento.

Esse método pode ter resultados duradouros em todos os tipos de transtornos ansiosos.

Estar junto com seu filho em atividades que promovem relaxamento, como práticas esportivas e meditação infantil, também pode ajudar quem precisa saber como acalmar a criança ansiosa.

Apenas em casos mais severos, um psiquiatra pode recomendar o uso de medicamentos como coadjuvantes da terapia, somente pelo tempo necessário para reduzir os sintomas e diminuir o desconforto dos pequenos.

De qualquer modo, o primeiro passo para ajudar seu filho é buscar um profissional qualificado para fazer um teste de ansiedade infantil. Sabia que você pode fazer isso de casa mesmo, com um psicólogo infantil on-line?

Então, se notar que seu filho apresenta sinais de ansiedade infantil, não perca tempo. A saúde mental e emocional das crianças não é brincadeira.

Este artigo foi escrito pela equipe KidBrains: fonoaudiologia e psicologia on-line para crianças e adolescentes.

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